terça-feira, 16 de março de 2010

E a 2ª Rota de Aquilino Ribeiro deu...

2400 Metros


No rescaldo de mais uma expedição à Fraguinha somámos 2400 metros de subidas em 101 km distribuídos por 2 dias de grande exigência física. Aqui ficam os gráficos de mais uma aventura

1º Dia (1º Secção: Viseu-Bioparque do Pisão)



1º Dia (2º Secção: Bioparque do Pisão-Fraguinha)



2º Dia (3º e 4º Secção: Fraguinha-Arouca)



Se há coisas que se devem fazer pelo menos uma vez na vida, uma é, certamente, visitar a Drave. Encrostada no maciço da Gralheira em plena harmonia com a Serra da Arada esconde-se a 1000 metros de altitude a Aldeia Mágica que foi mestre-de-cerimónias da rota de Aquilino Ribeiro deste ano. Dois dias de muitas emoções ganharam lugar especial na caixa de recordações dos pelos que voltaram ao convívio das eólicas no retiro anual da Fraguinha.

Saímos com a bênção de São Pedro num Sábado solarengo pela linha do Vouga. A grande vapor, rapidamente chegámos ao primeiro apeadeiro que nos recebe à saída de Bodiosa. Uma frondosa igreja entregue às cameleiras que lhe fazem sombra espreita silenciosa as pedaladas dos pelos que, sempre que ali passam, prestam homenagem ao nosso património abandonado.

Depois de um breve reforço, seguimos em direcção ao Vouginha que nos piscava o olho à entrada de São Pedro do Sul na antiga estação de Negrelos agora transformada em Pastelaria. Repostos os níveis de açúcar e cafeína montamos para a 2ª etapa até ao Bioparque de Carvalhais onde terminou a primeira secção do dia.

3 Panados e algumas fatias de bolo depois estávamos de volta à estrada com mais algumas gramas para abordar a subida mais difícil do dia. Depois de um “breve” desvio à história dos nossos antepassados para visitar o Castro da Cárcoda, escalámos 600 metros de subida acumulada em 8 km de estrada imprópria para qualquer tipo de veículo que tenha mais do que 2 rodas. As chuvas de Fevereiro sulcaram o trilho que nos levava à Fraguinha tornando a passagem deste ano ainda mais difícil.

Mas o esforço compensou pois a vista que nos oferece os 1000 metros de Serra da Arada não pode ser descrita em palavras. As eólicas que nidificam esse espaço sopravam-nos o caminho apontando o final da primeira etapa. Ali encostado à aldeia da Coalheira esperava-nos o tão merecido repouso no bucólico parque da Fraguinha.

Cúmplice de momentos de grande convívio este espaço acolheu os pelos pela noite fora. Debaixo de um manto de estrelas degustou-se à lareira um menu de camaradagem para reparar os músculos e confortar a barriga.

No cair das estrelas chegou o 2º dia que nos oferecia trilhos inéditos para explorar a nossa gula aventureira. Chegaram mais 2 reforços para adensar o pelotão que contava com 9 pelos à partida desta etapa.

Com o frio a lembrar-nos a cota de altitude a que nos encontrávamos seguimos pelo vento fora até perto do monte São Macário onde virámos para outra dimensão da terra. Parámos para montar a câmara num dos capacetes disponíveis pois queríamos registar o momento em que, numa alucinante descida, saltámos para outro mundo. A aldeia da Drave faz de Alice e seu pais das maravilhas um monótono imaginário pois se Tim Burton se aventura-se a descer às mais profundas entranhas das nossa serras descobriria o argumento perfeito para se deslumbrar numa paisagem de cortar a respiração. Rodeado de altos montes, Drave é um lugar mítico onde as paisagem agrestes de montes ondulados cobertos por um manto de xisto nos oferece uma visão surreal da beleza do nosso Portugal profundo.

Depois de recuperar o fôlego rumamos a Regoufe num trilho que nos faz lembrar a razão de do isolamento destas gentes. 1 hora e 4 km depois compreendíamos porque ainda estão tão inexplorados estas maravilha da natureza. Profundamente marcadas pelo desgaste das incontáveis passagens dos carros de bois, a lembrar histórias já esquecidas, seguimos com a bicicleta à mão até Regoufe onde apanhamos o PR 13 que nos acompanhou até Covêlo de Paivó.

Sulcando um vale de grande beleza carregámos as nossas companheiras de viagem mais 4,5 Km sempre seguidos de perto pela linha de água que marca fortemente toda a paisagem daquele percurso.

Chegados a Covêlo de Paivó interrompemos o almoço de uma grande família que nos ofereceu água para o resto da viagem. Afinal, ainda 18 km de asfalto nos separavam da tão desejada posta arouquesa que premiava o final desta expedição. Às 2 horas terminava a rota de Aquilino Ribeiro 2010 com o merecido almoço em Arouca.

Mais uma grande organização dos pelos que não seria possível sem a incansável ajuda das esposas que se prontificaram a assegurar a logística tanto de transporte como de abastecimento. Para elas o nosso Obrigado.

Um agradecimento especial ao ex-tessoureiro que roubou algumas horas á cama para nos ir buscar a Arouca.

Até para o ano…

Nota de reportagem: Infelizmente ainda não dispomos de fotos pois por motivos técnicos o cartão da máquina de serviço decidiu não querer partilhar tais tesouros. A pelugem está a tentar minimizar os estragos para as podermos partilhar.

8 comentários:

Unknown disse...

Muito bom este rescaldo, e o passeio também foi excelente. A organização está de parabéns.
A ligação Drave-Regoufe é muito bonita, mas nada ciclável. Valeu pela beleza de Drave e pela paisagem.
Para o ano é melhor levar uns 20kgs de comida só para para o pelo Renato.
Agora venham as fotos!
Abraço,
Nuno

Unknown disse...

Drave-Regoufe não,Drave-Covêlo de Paivó,isso sim...se fosse só Drave-Regoufe era muito bom,mas não,foram mais 4,5km a dar ao chinelo...Mas lá que foi bom,disso não há duvida.Agora faltam as fotos e as contas!

Pedro Casca disse...

Parabens ao Pelo Malta por esta organização, na qual eu só participei pela metade, mas que gostei muito, mesmo...
Parabens tambem pela sinopse, que mais uma vez está excelente.
Ficam sem dúvida a faltar as imagens, pois sem elas este episódio fica um pouco mais pobre. Malta, se nao te entenderes com o cartão faz mo chegar que pode ser que eu consiga com os varios leitores que tenho...

Abraço Peludo,

Pedro Casca

Pélo Carlos disse...

Parabéns ao organizador Pélo Malta. Optimo fim de semana numa camaradagem de salutar. E se a bike fosse de carbono era melhor? ou será que uma suspensão total ainda era melhor? Renato decide-te lá.

Pelo Renato disse...

Grande Malta! Aliar a organização de uma grande volta a uma excelente "cobertura jornalistica" não é fácil.

Não obstante termos de andar com as biclas às costas (sim, eu andei), penso que a descida a Drave acabará por fazer parte das "peregrinações" anuais.

Carlo Pelo Nuno...como é que eu, um tipo porreirinho, sou atacado assim à má fila? Se ainda fosse a Viperina Presidenta até entendia :)

Abraço a toda a Nação Peluda

Fernando disse...

As minhas fotos já estão no Picasa, faltam as do Malta.

Fernando disse...

As minhas fotos já estão no Picasa, faltam as do Malta.

Serafim Marques disse...

Eh Pá!! O Pai Natal perdeu as barbas?
Muito bom passeio e boa organização (pelo menos o do 2º dia). Realmente são sítios a ir visitar outra vez.
Parabéns Malta!
Abraço,
Serafim

Pelises