quarta-feira, 20 de abril de 2011

Troia-Sagres



84000 mil pedaladas separam Troia de Sagres. À cadência de 70 por minuto chegaram 20 horas para um byte de pelos percorrer a costa alentejana em busca de mais uma história para contar aos netos.



Testamos os nossos limites para tocar os limites do nosso Portugal. E ali onde muitos navegadores começaram a escrever a história do nosso pais, os pelos assinalaram mais um capitulo da sua história.

Sagres soprava-nos as memórias de 3 dias de grande adrenalina e emoção. E assim com muito pelo e areia em acção se contam 280 km de mais uma épica (stumpjumper ou Rockoper) aventura. Por isso apertem os cintos e deixem-se levar pelas próximas linhas deste rescaldo.

Depois de prólogo em Penacova onde enchemos as rodas gástricas com slime de porco para vedarmos a fome de Leitão rumamos ao centro de Lisboa onde ficou concentrada a comitiva de pelos convocada para este passeio.

Ao cantar do galo saltamos para Setúbal onde o ferry nos esperava para lançar a partida. Já do outro lado do rio Sado abordamos o Km 0 para deixarmos nas costas o Resort de Troia.



Na língua de terra que nos levava ao Alentejo aquecemos os pneus em 30 km de maresia de asfalto que abriram esta epopeia. Na Comporta descobrimos o alçapão que nos tirava de estrada para rompemos os arrozais até Melides onde parámos para um almoço sossegado.



Na 2ª secção do dia apresentava-nos os trilhos característicos desta região. Estradões de terra barrenta com alguma areia à mistura e searas a perder de vista salpicadas de verde primavera onde sobressaiam alguma flores de época que nos lembrava a beleza destas paragens.









Às 4 da tarde as pedaleiras cantavam às portas de Santiago do Cacém onde terminava o primeiro capítulo desta aventura. Mais imperial menos imperial reparamos os músculos para subirmos ao castelo altaneiro onde se lia no horizonte a sinopse da próxima etapa.



Ao acordar do segundo dia viramos a bússola para a costa onde salgámos as pedaladas em direcção a Porto Covo. Na Barragem de Morgavel roemos a Banana na falésia e ouvindo o rouxinol do Rui Veloso para seguirmos em direcção à Zambujeira onde salpicámos o final de mais uma etapa.



Para o terceiro dia ficavam os melhores e mais duros argumentos desta viagem. Na costa vicentina percorremos mais de 100 km de uma rapsódia de emoções que nos cantavam muitas das razões para se gostar de BTT. Falésias a recortar o mar, praias nuas de turistas onde se podia pedalar sem pedir licença, descidas de suster a respiração, subidas de cortar a respiração, e paisagens que nos carimbam a memória para lá dos momentos em que as abordamos.





Na neblina da manhã “despimo-nos” de Zambujeira em direcção ao Carvalhal. Em Odexeice o Alentejo passou a Algarve para nos dar a conhecer uma das maravilhas naturais deste cantinho à beira mal plantado.



A Carrapateira gritava no seu esplendor o caminho até Sagres por entre trihos que ficaram cravados no imaginário Peloteam.











E porque as palavras são ocas de emoção o melhor é mesmo pegar na bicicleta para experimentar esta adrenalina.





O prefácio desta aventura cabe ao incansável companheiro de viagem que conduziu a carrinha que serviu de suporte à logística do passeio. Aqui fica o nosso reconhecido agradecimento porque sem ele nada disto seria possível. Esperamos agora que o amigo Paulo nos traga a conhecer a sua “Especialete” para nos fazer companhia nas nossas assembleias rolantes.

Nos altos e baixos desta expedição aqui ficam as temperaturas registadas pelo nosso pelometro:

Em alta esteve o staf organizativo, e de sobremaneira o pelo Augusto que foi responsável por mais um grande evento Peloteam; A valentia de 8 camaradas que juntos venceram mais este desafio; O espírito de sacrifício do pelo Pedro que superou os seus limites para tocar a ponta de Portugal; O navegador Serafim que nos guiou em perfeita sintonia com o GPS; A fiabilidade "Sepecialete" que aguentou 280 km sem mazelas de maior; A Hospitalidade dos pelos lisboetas que nos alojaram da melhor maneira; E claro a grande disponibilidade do nosso condutor de serviço que foi cúmplice deste sucesso.

Em baixo a única máquina com mais de duas rodas deste passeio que nos deixou sem caixa de velocidade em Palmela; A geometria dos preços que indexa uma garrafa de água à distancia da costa em que é comprada de tal forma que o preço rolou desde os 0,5 € de Porto Covo até os 1,5 € de Vila do Bispo; O atendimento alentejano que faz jus à fama, e os búzios vicentinos que deixaram marca em alguns pelos.

Mas quente, quente esteve a camaradagem Peloteam que a cada digressão se reforça.

Aqui fica a foto reportagem...

Troia-Sagres

3 comentários:

Pêlo Renato disse...

Já fazia falta um post à Malta!

Aproveitando o conteúdo do e-mail de rescaldo que escrevi, sintetizo, assim, a minha experiência.

Aquilo que se adivinhava como um passeio longo mas sem um grau de dificuldade alto (pelo menos comparativamente com outros que já temos feito pelo Norte do país), acabou por revelar a sua dureza na exigências das encostas que tivemos que subir e, principalmente, na extensão das etapas (provavelmente um pouco mais longas do que estaríamos inicialmente à espera). De qualquer modo a verdade seja dita...não foi nada para assustar tão ilustres Pêlos!

Contudo, chegados a Sagres com o "dever cumprido", mal sabíamos nós, oito garbosos ciclistas mais um ilustre condutor, que a aventura ainda não tinha terminado. E para isso muito contribuiu o barulho lancinante que, das "entranhas" da VW Transporter de 2010, se fez sentir. Aquilo é que foi ver toda a gente com as "orelhas no ar"!

Lá ficamos nós, na berma da estrada (pelos menos alguns porque outros insistiam em tentar ser atropelados), com 8 bicicletas em cima da carrinha e uma mala apinhada de sacos, à espera de uma solução milagrosa que, com se sabe, não existe. Ainda bem que tínhamos os "conects" da Presidenta para resolver a coisa. O que não vale ter a língua comprida!

Deixo um agradecimento a todos que tornaram possível a minha participação e comigo partilharam esta aventura, fazendo votos de que seja uma viagem a repetir.

Abraço

Pêlo Carlos disse...

Para não variar uma grande reportagem dos nossos feitos.
Grato Sr Malta

Serafim Marques disse...

Grandes passeios se fazem com estes pelos.
Grande reportagem. Parabéns Malta!

Pelises