No regaço de mais uma aventura PELOTEAM acumulamos mais de
5000 metros de subidas ziza guiadas na grande rota das aldeias históricas
portuguesas.
Contrariando o ditado que diz “não voltes ao lugar onde
foste feliz” regressámos ao Piódão, onde atracámos há um ano. Quando o sino
badalava as 10 horas de um Domingo preguiçoso zarpámos para circunscrever as
aldeias que restavam do GR22.
Para aquecer os músculos mastigamos um macerado de alcatrão
com declive acentuado que nos catapultou para o alto da serra do açor.
Degustadas as entradas saltamos para o pó dos trilhos serranos que nos levaram num ápice vertiginoso a tocar Vide. Baixamos à cota inicial para contemplar do sopé da mítica serra da estrela aquilo que nos esperava.
Degustadas as entradas saltamos para o pó dos trilhos serranos que nos levaram num ápice vertiginoso a tocar Vide. Baixamos à cota inicial para contemplar do sopé da mítica serra da estrela aquilo que nos esperava.
Sem espaço para rolar desmultiplicamos a cassete até tocar a
avozinha. Pedalada após Pedalada rasgámos um pedaço de serra até cruzar a
nacional 338. Perto de Louriga vergamo-nos perante uma placa altaneira que
ditava “Parque Natural da Serra da Estrela”.
Estava dado o mote para a mais
dura das subidas que permite conquistar esta serra. Esticamos o altímetro dos
300 aos 1650 metros em 17 km de uma estrada infindável com rampas de 14% de
inclinação. Já com ar rarefeito endireitámos os quadros perto das 3 horas
quando, em jeito de miragem, olhamos no horizonte as águas gélidas da lagoa
comprida.
Ganhámos a batalha mas perdemos um soldado. No alto dos
hermínios, assim designada a Serra da Estrela pelos tratadistas
romanos da Antiguidade, deixamos um bravo homónimo que deu voz ao corpo
esgotado para chamar o descanso.
O vento gélido da serra indicava-nos o
caminho. Extendia-se uma alcatifa de pedras que muito trabalho deu às
suspensões esfomeadas. De solavanco em solavanco saltámos para o vale do rossim
que nos recebia para o “almoço”.
Na casa do Ti’ Branquinho o relógio marcava as
17 horas numa tarde comprida que ainda ia a meio. A dona do espaço afago-nos o
espirito com iguarias locais.
Repostas as calorias com as famosas sandes de
queijo e presunto, atestamos os cantis com água do mondeguinho (nascente que dá
nome ao rio que aqui desabrocha).
Em toada mais leve iniciamos a subida que nos
levava a mais um pico desta etapa. A Santinha acenava-nos do alto com o marco
geodésico mais desejado.
A partir daqui foi sempre a descer até esbarrarmos com
a subida final que nos levava ao centro de Linhares da Beira.
Feitos que nem um 8 (hora a que chegámos)
recolhemos aos aposentos do INATEL para o merecido descanso. Estava concluída a
1ª das 3 etapas que nos levava ao objetivo da expedição 2014.
Visitámos a “Cova do Lobo” para afinar as
papilas gustativas num jantar de degustação que o chefe do restaurante nos
preparou.
Na manhã seguinte, às 10 e mais umas fotos,
estávamos de abalada para a 2ª parte da nossa aventura. Recuámos no tempo, para
entrar numa estrada romana que nos escoltou até à saída desta aldeia. Com
Linhares por trás das costas virámos a bussola para Marialva, próxima aldeia da
nossa história.
A manhã rolou até reencontrarmos o Mondego.
Mais corpulento do que a sua nascente encheu o peito para não nos deixar
passar. O caudal transbordante que afogou o trilho do GR22 obrigou-nos a adicionar
mais 10 Km de asfalto à contabilidade desta tirada.
Circunscrevemos o obstáculo para retomar o caminho que nos empurrou para um lugar perdido no inóspito interior do nosso Portugal profundo. Uma aldeia, como tantas outras, petrificada no tempo, onde, também nós, paramos para refrescar os músculos e preparar a subida que nos esperava.
Circunscrevemos o obstáculo para retomar o caminho que nos empurrou para um lugar perdido no inóspito interior do nosso Portugal profundo. Uma aldeia, como tantas outras, petrificada no tempo, onde, também nós, paramos para refrescar os músculos e preparar a subida que nos esperava.
Esventrámos um vale profundo vigiado por
tronchudos calhaus que se engalanaram para ver passar o PELOtão. Subimos
paulatinamente até lermos a palavra chave “Trancoso” que nos guiava ao
“almoço”.
No Jet-lag das refeições saímos da mesa às 17:00 para continuarmos a tirada que nos levava ao objetivo do dia. Hora e meia depois tínhamos Marialva a nossos pés. Faltava a subida que dá enfâse à expressão “Castelo ALTANEIRO” onde íamos pernoitar.
Numa casa senhorial com 500 anos de história
ouvimos muitas histórias com que se preencheu o jantar. O caseiro, puxou das
memórias para acompanhar o repasto. Por entre tradições mais ou menos perdidas,
pincelamos um jantar tradicional com produtos endógenos que nos traziam à mesa
os sabores destas terras.
Embreados nas raízes da nossa infância nem
demos pelo cair da noite que aqui é mais noite. O manto de estrelas que cobre
esta aldeia abafa qualquer resquício de humanização plantada. Por entre
murmúrios de esquinas vazias sitiamos o povo despido de gente, para fazermos a
digestão de um manjar regional.
Ao raiar do Dia de Portugal subimos ao castelo
para imbuir no espirito de conquista que nobres lusitanos nos deixaram como
legado.
Juntou-se aos Homens mais um H de Hermínio que de forma estoica quis completar o desafio a que se tinha proposto.
Juntou-se aos Homens mais um H de Hermínio que de forma estoica quis completar o desafio a que se tinha proposto.
Há
hora do costume soltámos amarras para a 3ª etapa da expedição. Já com nádegas
calejadas assentámos o pó de alguns trilhos rolantes que nos atiraram para a
garganta de um Fiorde transmontano de rara beleza. Numa descida de secar a
garganta cruzámos o rio que nos atraiu para uma cota baixa.
De sentido único a subida secou-nos os cantis
e numa cadência suada tivemos de esperar por uma aldeia molhada para
reabastecer os níveis de água e glicogénio.
Repostos os níveis de segurança empinámos para mais uma picada que nos arremessou para mais uma aldeia histórica. Figueira de Castelo Rodrigo foi pretexto para mais umas selfies que levámos para o almoço.
Repostos os níveis de segurança empinámos para mais uma picada que nos arremessou para mais uma aldeia histórica. Figueira de Castelo Rodrigo foi pretexto para mais umas selfies que levámos para o almoço.
Depois de um ensoado almoço os músculos
ficaram preguiçosos. Foi preciso alguma dose de sacrifício para carregar as
“Spcialetes” até a raia desta aventura. Perto das 7 estávamos a atravessar a
ponte levadiça que nos mostrava a meta desta GRANDE Expedição.
Do Piodão a Almeida foram 230 Km com mais de
5000 metros de subidas acumulada. Na 2ª parte desta aventura que dá por nome
“GR22” juntámos às insígnias desta Rota os brasões de “Linhares da Beira”,
“Marialva”, Figueira de Castelo Rodrigo” e “Almeida” que tão bem expressam o
termo “Aldeias Históricas”.
Desprovidos de gente, mas cheios de memórias
estes emblemáticos pilares da história portuguesa constituem uma boa forma de
turismo, que, infelizmente não está potenciado. Na beleza destas terras e genuinidade
das suas gentes se desenhou mais uma grande aventura PELOTEAM. Assim se vai
escrevendo os anais deste GRUPO que a cada pedalada borbulha de amizade.
No desenrolar do papiro dos agradecimentos
aqui ficam os predicados de mais um sucesso PELOTEAM:
- Ao Homem do leme que não largou o GPS para nos guiar nesta aventura
- À Dona Judite que nos aqueceu a alma com as suas iguarias serranas
- Ao Chefe do restaurante “Cova da Loba” que nos preparou um ótimo menu de degustação
- Ao casal que nos recebeu tão bem na “Casa das Freiras” sublinhando as palavras “turismo rural”
- Ao Sr. Amadeu que nos carregou nos troços de ligação desta expedição
- Mas especialmente a todos os companheiros de viagem que cruzaram, nestes 3 dias, cumplicidades de uma história que perpetuará a nossa AMIZADE.
Assim se escreve PELOTEAM…
2 comentários:
Foram três dias muito bem passados na companhia dos amigos.
Deixo aqui o meu agradecimento aos companheiros de aventura, pelos momentos magníficos de camaradagem que me proporcionaram.
Uma palavra especial para o navegador de serviço e para o repórter poeta.
Egrégio Malta, não logrei conter o arroubo fleumático do literato deste desta crónica.
Debuta a crónica sem irrupções na procura de uma crónica perene, mas que de pernóstica nada tem.
Os bordões por ti usados, deixam rubicundo o mais destento dos leitores, e não adianta ele tergiversar-se pois até tens tineta para a pena.
(Foi um excelente passeio entre amigos, e a crónica do Malta não lhe fica atrás)
Enviar um comentário